No passado dia 5 de Junho, foi lançado o Relatório do Estado do Ambiente 2018 (REA 2018), apenas cinco meses após o lançamento do REA 2017. Nos últimos anos, com o objectivo de disponibilizar a maior quantidade possível de dados actualizados, o REA tem sido publicado no final de cada ano civil, o que leva a um desfasamento de praticamente um ano entre a data de publicação e o período a que se referem os dados. Com o propósito de reduzir esta disparidade, optou-se por antecipar o lançamento, coincidindo com o Dia Mundial do Ambiente, o que faz a edição de 2018 excepcionalmente mais reduzida, contendo apenas os indicadores que possuíam actualizações face aos dados da publicação anterior.
O REA 2018 começa por apresentar o enquadramento socioeconómico nacional, com os principais números referentes aos indicadores económicos e sociais. Posteriormente, são apresentadas 28 fichas temáticas de indicadores, organizadas em oito domínios do ambiente: Economia e Ambiente, Energia e Clima, Transportes, Ar, Água, Solo e Biodiversidade, Resíduos e Riscos Ambientais. Estas fichas são complementadas com infografias de vários temas como a Economia Circular, as Alterações Climáticas, a Mobilidade Suave, a Saúde e Ambiente, a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ENCNB 2030) e a Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA 2020).
No domínio dos Resíduos, os principais destaques são:
- Na gestão de fluxos específicos de resíduos, os rendimentos totais provenientes do Ecovalor foram cerca de 101 milhões de euros (mais 21% do que em 2016, devido à entrada em vigor de uma nova geração de licenças para os sistemas de fluxos específicos de resíduos que atribuem às Entidades Gestoras obrigações acrescidas no sentido do aumento da transparência de gestão, bem como à diminuição do valor de retoma de vários materiais);
- Em 2017, os produtores/importadores pagaram, em média, cerca de 76€ por tonelada de produto colocado no mercado. Os valores mais afastados da média dizem respeito ao fluxo dos pneus usados (142€/t) e dos veículos em fim de vida (1€/t);
- Em 2017, a produção total de resíduos urbanos em Portugal continental foi cerca de 4,75 milhões de toneladas (+2,3% face a 2016), o que equivale a uma produção diária de resíduos urbanos de 1,32 kg por habitante. Do total de resíduos urbanos recolhidos, 83,5% foram provenientes de recolha indiferenciada e 16,5% de recolha diferenciada. A taxa de preparação para reutilização e reciclagem foi de 38% (em linha com o ano de 2016);
- A deposição de resíduos urbanos biodegradáveis (RUB) em aterro aumentou, em 2017, para 43% (41% em 2016). Este aumento está alinhado com o crescimento do consumo, não tendo sido acompanhado de um acréscimo da recolha diferenciada.