O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 foi apresentado no passado mês de Dezembro, em Lisboa. Com a presença do Ministro do Ambiente e Energética, Transição, João Pedro Matos Fernandes, e do Ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, foi reafirmado o compromisso de Portugal atingir a neutralidade carbónica.
Entre as medidas que se pretendem implementar está o aumento da electrificação da economia para 65%, a redução das emissões de gases com efeito de estufa da indústria em 70% e a redução da quantidade de resíduos urbanos produzidos em 25%. Para se atingir em 2050 a meta de 100% da electricidade proveniente de fontes de energias renováveis, pretende-se que em 2030 sejam atingidos os 80% e em 2040 a meta dos 90%.
Durante a apresentação, o Ministro Matos Fernandes afirmou que a dependência energética do exterior é de 75%, sendo o objectivo descer para 65% em 2030 e para 17% em 2050. Especificamente no que diz respeito ao uso de petróleo, apesar de hoje serem consumidos mais de 65 milhões de barris por ano, pretende-se que este número não ultrapasse os 10 milhões em 2050, sendo que nesta altura se prevê que este já não seja usado na mobilidade terrestre. A descida nas importações de combustíveis permitirá obter uma poupança anual de 4 mil milhões de euros, o que terá impacto positivo no défice comercial.
Relativamente à mobilidade, a redução dos preços resultará no aumento massificado dos carros eléctricos, que se tornarão já nas próximas duas décadas mais eficazes do que os veículos a gasóleo e gasolina. Também no segmento da mobilidade, prevê-se uma incorporação crescente de biocombustíveis.
Em termos de impacto da descarbonização da economia, espera-se que com um enquadramento adequado de políticas públicas sejam originados investimentos anuais na ordem dos 30 mil milhões de euros entre 2020 e 2050. Matos Fernandes sublinhou ainda que neste caso não se deverá falar em custos, mas antes em oportunidades de investimento que estimularão a inovação, a criatividade e a competitividade das empresas.