Realizou-se no início do ano em Davos, na Suíça, o encontro anual do Fórum Económico Mundial (FEM), onde estiveram presentes os representantes de mais de 100 países, executivos de topo de mais de 1.000 empresas globais, de organizações internacionais e de organizações não-governamentais.
Segundo o FEM, a mudança que uma economia onde a linearidade reina para uma economia mais circular, exigirá liderança, colaboração, inovação e compromisso para romper o status quo. Este foi o foco da discussão da economia circular durante a Reunião Anual, com quatro prioridades principais emergentes para este ano:
- A liderança é crítica: foram distinguidas algumas organizações e empresas que deram importantes passos para aplicar reais soluções de economia circular com os consequentes benefícios positivos. Entre os distinguidos, a Comissão Europeia arrecadou o prémio para a liderança do Sector Público, com os esforços realizados para impulsionar o pacote da Economia Circular em toda a Europa. A TriCiclos, maior operador de reciclagem na América do Sul ganhou o Prémio escolhido pelo público. Enquanto a Winnow, que desenvolve tecnologia para reduzir o desperdício alimentar na restauração, recebeu o prémio de disrupção tecnológica.
- Alavancar o potencial da 4ª Revolução Industrial: foi lançado um White Paper sobre o potencial da tecnologia e inovações nas cadeias de valor no sector electrónico e dos plásticos. A Google e a SAP lançaram o concurso ‘Economia Circular 2030’ que desafia os empreendedores a desenharem soluções circulares.
- Cadeias de valor de materiais circulares: 2019 deverá ser o ano para traduzir o momento positivo e os compromissos acordados para estabelecer uma economia circular no que diz respeito ao plástico. Foi também lançado o relatório ‘A New Circular Vision for Electronics, Time for a Global Reboot’ que quantificou os resíduos destes equipamentos em 62 mil milhões de dólares, o que equivale a três vezes o valor de toda a prata produzida num único ano.
Colaboração é a chave: apesar do progresso positivo ser claro, ainda existe um longo caminho a percorrer. Em Davos foi também lançado o Circularity GAP Report 2019. Segundo este estudo, das 92,8 mil milhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis, metais e biomassa que entram anualmente na economia, apenas 9% é reutilizada. Para aumentar este valor, o World Resources Institute e parceiros pretendem aproveitar o potencial de inovação e começar a mudar os fluxos de materiais globais para modelos circulares, esperando ver a tendência melhorar já em 2020.