Sogilub (S) – Fale-nos um pouco do Consórcio GOU e da sua atividade, no global e em particular no âmbito dos óleos usados: percurso, principais atividades, o que vos diferencia no sector.
GOU – Gestão de Óleos Usados (GOU) O GOU – Gestão de Óleos Usados é um consórcio externo formado por 7 empresas: ABIAM, Carmona, Correia e Correia, Egeo, Palmiresíduos, Safetykleen e SISAV, todas elas atuando no mercado da Gestão de resíduos. Cada uma destas sociedades possui elevado “know-how” nas atividades de recolha e tratamento de óleo usado, alicerçado em mais de 2 décadas de experiência no setor.
A formação do consórcio externo GOU, foi a forma encontrada pelas 7 sociedades para darem uma resposta rigorosa e completa aos requisitos do processo de consulta de “Consulta ao Mercado para seleção dos operadores de gestão de resíduos para a prestação de serviços de recolha, controlo analítico, armazenamento e pré-tratamento de óleos usados em Portugal Continental”, lançado pela SOGILUB.
No entendimento das 7 sociedades constituintes do GOU, o elevado nível dos requisitos e grau de exigência da atividade não é alcançável de modo eficaz e eficiente pelas empresas atuando a título individual. A criação do consórcio externo permitiu a criação de uma estrutura operacional, dotada de meios materiais, capacidade técnica e humana, com a indispensável coordenação e articulação, de modo a dar resposta eficaz em todo o território de Portugal Continental às necessidades e requisitos da SOGILUB.
O consórcio externo é a melhor forma de obtenção sinergias, alcançando a necessária eficiência sem comprometer nenhum princípio ou objetivo. O objeto e âmbito do consórcio GOU, é exclusivamente a prestação dos serviços contratualizados com a SOGILUB, não existindo mais atividade além da prestação desses mesmos serviços.
S – Quais os maiores desafios que se colocam relativamente à vossa atividade?
GOU – O maior desafio que se coloca é sem dúvida o de assegurar que 100% do óleo usado gerado em Portugal é entregue ao SIGOU. Esta é única forma de garantir que este resíduo é corretamente encaminhado, cumprindo a legislação.
Enquanto existir algum óleo usado que não seja entregue ao sistema integrado, consideramos que existe trabalho de educação e sensibilização a desenvolver e aprofundar.
S – De forma geral, considera a atividade da Sogilub importante? Porquê?
GOU – A atividade da SOGILUB, sociedade responsável pela gestão e funcionamento do SIGOU (Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados) é da maior importância. Tratando-se os óleos lubrificantes usados de um resíduo perigoso, com reconhecidos riscos para o Ambiente e para a Saúde, é fundamental a existência de um sistema que garanta a sua recolha universal e o seu correto tratamento e encaminhamento. A SOGILUB é esse garante, contribuindo para a confiança de todos os agentes económicos e dos cidadãos.
Igualmente relevante é o papel desempenhado pela SOGILUB ao nível da educação e sensibilização para a necessidade de tratamento adequado dos óleos lubrificantes usados, e para a divulgação das boas práticas associadas ao manuseamento e armazenamento deste resíduo. É da maior justiça reconhecer o esforço que a SOGILUB tem aplicado nesta área ao longo dos anos.
S – Como vê a vossa interação com a Sogilub? Existem aspetos operacionais e de procedimento que poderiam ser melhorados?
GOU – A interação entre a SOGILUB e o GOU é permanente. Ambos estão 100% comprometidos em assegurar a elevada eficácia e a melhoria contínua do sistema.
Os procedimentos operacionais estão bem definidos, e são objeto de revisão contínua com vista à sua melhoria.
O sistema informático “Si-Oil”, base de dados aglutinadora de toda a informação do SIGOU, funciona como o “chapéu” de todas as atividades. Os procedimentos operacionais estão todos eles materializados neste sistema.
Existe sempre possibilidade de melhoria, até porque a atividade vai colocando novas necessidades e desafios operacionais que têm de ser previstos ao nível dos procedimentos, e ao nível das funcionalidades do Si-Oil. Trata-se de um sistema dinâmico, e que por esse motivo está em permanentemente revisão.
S – Como avalia a evolução do desempenho da Sogilub ao longo dos anos e qual o balanço que faz, de acordo com a vossa experiência?
GOU – A evolução tem sido constante. A SOGILUB adaptou-se a todas as alterações introduzidas no mercado, ao mesmo tempo que, de uma forma consistente, assegurou o cumprimento de todas as metas que foram estabelecidas.
Como exemplo da evolução constante, destacaríamos a digitalização da atividade de recolha de óleo. A SOGILUB aproveitou a desmaterialização das guias modelo A e sua substituição pela e-GAR, para digitalizar toda a atividade. Hoje, as recolhas são efetuadas sem recurso a documentos físicos, bastando que o motorista tenha um smartphone com acesso à internet. As recolhas são realizadas com “zero papel” e a informação está disponível em tempo real.
Ao nível do contacto com os produtores de óleo usado, as ações da SOGILUB têm procurado sempre a simplificação das interações entre estes e o sistema integrado. Exemplo disso são as ferramentas digitais “SmartLubi” e “ProuWeb”, que permitem aos produtores com uma APP ou com um computador, ter acesso ao histórico de recolhas de óleo e fazer novos pedidos de recolha sem necessidade de telefonar.
Podemos dizer que a SOGILUB se tem adaptado permanentemente, conseguindo tirar partido das tecnologias de informação para simplificar os processos a todos os intervenientes do SIGOU.
S – Qual a sua opinião sobre as condições e equipamentos utilizados na recolha e as condições de armazenagem encontradas nos produtores de óleo usados? O que acha que pode ser melhorado nestas áreas?
GOU – A recolha de óleos usados é efetuada por aspiração do óleo para viaturas cisterna, de utilização dedicada e identificadas com a marca “Ecolub”. As viaturas estão equipadas com bomba de aspiração de funcionamento autónomo, com um sistema de recolha de amostra automático para permitir a total rastreabilidade do processo, possuem sistema de prevenção de sobre enchimento, cumprem os requisitos previstos no ADR para o transporte de mercadorias perigosas por estrada, e estão equipados com materiais absorventes para fazer face a derrames. Os motoristas estão treinados e realizam simulacros, que lhes permitem reagir a emergências com a máxima eficácia.
O armazenamento do óleo usado nos locais de produção é da responsabilidade do produtor de óleo. Habitualmente são utilizados bidons metálicos de 210Lt ou IBC’s de 1000Lt para armazenamento do óleo. Em alguns locais são também encontrados oleões de 600lt, que foram fornecidos pela SOGILUB aos produtores.
Diríamos que o maior potencial de melhoria está ao nível das condições de armazenamento nos locais de produção do resíduo. Com alguma regularidade ainda encontramos situações em que os recipientes de armazenamento não estão devidamente identificados, não se encontram em bom estado de conservação ou não estão colocados sobre bacias de retenção. O reforço das campanhas de sensibilização e da utilização dos oleões, são fatores que contribuem para a melhoria das condições de armazenagem.
S – Como avalia o portal https://www.sogilub.pt/ e as ferramentas disponíveis para os produtores de óleos usados (PrOUWeb, SmartLubi, etc)?
GOU – O portal da SOGILUB e as ferramentas PrOUWeb e SmartLubi, são exemplos da evolução e adaptação às necessidades do mercado.
O portal da SOGILUB é de fácil consulta, e é o local onde pode ser encontrada toda a informação sobre o funcionamento do SIGOU. É um portal ao qual recomendamos consulta regular, para que os diversos agentes que se relacionam com o sistema integrado possam ter informação atualizada.
As ferramentas ProuWeb e SmartLubi foram pensadas para proporcionar comodidade e fácil disponibilização de informação aos produtores de óleo usado. Com um computador ou telemóvel, o produtor pode consultar toda a informação referente às recolhas de óleo já realizadas e facilmente solicitar novas recolhas sem necessitar de telefonar ou enviar emails.
Juntamente com a desmaterialização documental da atividade de recolha de óleo, estas ferramentas constituem também um dos vetores do esforço de digitalização anteriormente mencionado.
S – Considera importante que haja lugar à realização de ações de sensibilização/formação promovidas pela Sogilub? Se sim, quais e para que intervenientes?
GOU – Consideramos fundamental a realização das ações de sensibilização/formação. Têm sido promovidas regularmente, e em nosso entender devem ser reforçadas com particular incidência nos produtores de óleo usado.
Da experiência que temos no terreno, a realização dessas ações de sensibilização junto dos produtores de óleo usado, são muito eficazes na melhoria das condições de armazenamento do óleo usado e na correta segregação do óleo dos restantes resíduos. Como referido anteriormente, é ainda com alguma regularidade que se encontra óleo usado armazenado sem estar devidamente identificado, e em condições que não asseguram a adequada proteção contra os derrames. Neste campo existe potencial de melhoria pelo que as ações de sensibilização e formação são da maior importância.
