Artigo Científico 1
Combustion and emission characteristics of diesel engine fueled with diesel-like fuel from waste lubrication oil
Energy Conversion and Management (2017)
X. Wang;
P. Ni
Os óleos lubrificantes usados (OLU) são uma das fontes mais importantes de energia. Embora não possam ser directamente queimados nos motores a diesel, quando processados (por pirólise ou craqueamento catalítico) os OLU podem ser usados como Diesel-like fuel (DLF), minimizando os seus efeitos perigosos e maximizando o seu valor.
De forma a identificar as diferenças no desempenho na combustão e emissão dos dois combustíveis (diesel e DLF), realizaram-se testes num motor a diesel com um cilindro de injecção directa, para quatro velocidades distintas (1500, 2000, 2500 e 3000 rpm) e cinco torques de carga diferentes (2; 4,5; 9; 13,5; 18 N.m).
Foi avaliado o desempenho económico dos combustíveis, as características de combustão e as emissões de hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO), óxidos de azoto (NOx) e fumos.
Verificou-se que o consumo específico de combustível ao freio do DLF comparativamente ao diesel é reduzido aproximadamente em 3% a 3000 rpm para cargas baixas e médias e que o DLF possui um período de atraso de ignição mais longo e uma duração de combustão mais curta do que o diesel.
Relativamente às emissões produzidas pelo DLF quando comparadas com o diesel, estas foram ligeiramente superiores para o NOx (para cargas médias e altas) e fumos (para cargas médias). As maiores diferenças foram obtidas nas emissões de HC e CO (para a maioria das cargas), com os valores do DLF a serem especialmente superiores aos do diesel. Conclui-se que o DLF pode ser usado como potencial combustível em motores a diesel de alta velocidade.
Artigo Científico 2
A data-driven approach for the study of coagulation phenomena in waste lubricant oils and its relevance in alkaline regeneration treatments
Science of The Total Environment (2017)
C. T. Pinheiro; V. R. Ascensão; M. S. Reis
M. J. Quina; L. M. Gando-Ferreira
Os fenómenos de coagulação podem ocorrer em certos tipos de óleos lubrificantes usados (OLU) durante os processos de regeneração que envolvem tratamentos alcalinos. O âmbito do estudo passou pela identificação dos principais componentes que causam este tipo de fenómenos. Foi desenvolvido um teste empírico para avaliar a coagulação de OLU, que consistiu na adição de hidróxido de potássio (KOH) seguido de aquecimento e agitação. Adicionalmente, foi realizada uma caracterização físico-química de OLU (133 amostras recolhidas) e de óleos novos (56 amostras disponíveis no mercado) de modo a comparar as propriedades de ambos.
A aplicação do teste revelou quatro classes diferentes: classe A – a adição de KOH não afetou a matriz do óleo; classe B1 – mudança significativa na viscosidade; classe B2 – formaram-se precipitados; classe C – formou-se um gel que impede a regeneração. Através da caracterização físico-química percebeu-se que as classes de coagulação A e B1 exibem propriedades semelhantes. No entanto, as amostras classificadas como B2 e C apresentam diferenças significativas em certas propriedades como TAN (nº de ácido total), SN (nº de saponificação), teor de água, viscosidade a 40°C e variações na concentração de elementos principais (P, S, Ca e Zn).
Os métodos baseados em espectros FTIR (Fourier transform infrared spectroscopy) mostraram que existem diferenças de composição entre as classes de coagulação, sendo que a A e B1 não impedem a regeneração e o precipitado, derivado de aditivos ou produtos de oxidação, formado na classe B é, essencialmente, constituído por potássio.