Neste estudo foi realizada a síntese de biolubrificante à base de óleo de babaçu (Orbignya speciosa M) no qual foi feita a sua caracterização e uma análise do impacto que tem nas propriedades do lubrificante mineral NH-10 quando este biolubrificante foi usado como aditivo.
Durante o processo de análise e caracterização, a espécie botânica foi submetida a análise cromatográfica, sendo o teor de óleo predominantemente saturado. Após a análise espectroscópica e termogravimétrica, verificou-se que o óleo consistia numa mistura de mono, di e triésteres de trimetilopropano. O processo metodológico final consistiu em preparar uma mistura entre o biolubrificante à base de óleo de babaçu e o lubrificante mineral nafténico NH-10, contendo 3, 5 e 10% v/v de biolubrificante. As misturas foram homogeneizadas através de agitação magnética contínua durante cinco minutos. Quanto às propriedades físico-químicas, como a massa específica e viscosidade cinemática, foram avaliadas à temperatura de 40 e 100°C.
Para as proporções utilizadas neste estudo, verificou-se que o biolubrificante de óleo de babaçu pode ser apontado como um aditivo seguro para o óleo mineral lubrificante NH-10. A caracterização do biolubrificante quanto ao seu comportamento termogravimétrico e a espectroscopia da análise dos produtos gasosos, bem como a utilização como possível aditivo, aponta para um possível uso deste óleo como biolubrificante.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0926669020305409
Janeiro 2021 | Parente, E.J, Marques, J.P.C., Rios, I.C., Cecilia, J.A., Rodríguez-Castellón, E, Luna F.M.T., Cavalcante Jr, C.L. | Chemical Engineering Research and Design, volume 165, 2021
A competitividade da indústria do biodiesel pode ser melhorada com a agregação eficiente de coprodutos lubrificantes e integração com a indústria oleoquímica, especialmente para novos produtos como biolubrificantes. Neste estudo a síntese de biolubrificantes de óleo de soja foi estudada usando transesterificação, epoxidação e reações de abertura do anel oxirano.
No processo metodológico, foram criadas três amostras de biolubrificantes (BL1, BL2, BL3) que foram sintetizadas a partir de óleo de soja por meio de modificações químicas usando as seguintes etapas de reação sequenciais: metanólise, transesterificação com 2-etilhexanol, epoxidação e abertura do anel de oxirano, com o propósito de analisar a viabilidade do óleo de soja ser utilizado como biolubrificante.
As diferentes amostras foram obtidas através do uso de diferentes agentes nucleófilos na etapa de abertura do anel oxirano (2-etilhexanol para BL1, água para BL2 e uma mistura equimolar de água e 2-etilhexanol para BL3). Assim, para variar a concentração de água e 2-etilhexanol na abertura do anel oxirano, várias amostras de biolubrificante de óleo de soja foram sintetizados, a 40°C, com viscosidades a variar de 26,6 a 99,6 cSt (centistoke), índice de viscosidade de 26 a 139, densidades a 20°C entre 0,925 e 0,964 g/cm3, e valores de ponto de fluidez na faixa -3 a -12°C.
A partir desses resultados, uma proposta de viabilidade industrial é apresentada para a produção de biolubrificantes a partir do óleo de soja. Os autores do estudo apontam que este processo de produção pode ser importante para melhorar a competitividade económica na indústria do biodiesel.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0263876220305633?dgcid=rss_sd_all
Novembro 2020 | Zhang, W., Ji, H., Song, Y., Ma, S., Xiong, W., Chen, C., Chen, B., Zhang, X. | Journal of cleaner production, Volume 274, 2020
Para reduzir a poluição no ambiente a partir da síntese de biolubrificantes, neste estudo, foi desenvolvido um modelo estratégico eficiente para a preparação de um biolubrificante ramificado a partir de resíduos de óleo de cozinha (waste cooking oil, WCO).
Por ano, cerca de 15 a 18 milhões de toneladas de WCO são descarregados em meio aquático ou no solo, em todo o mundo. Assim, utilizar os WCO para produzir produtos químicos de alto valor, como os biocombustíveis, materiais poliméricos ou bioplastificantes e biolubrificantes apresenta-se com um potencial significativo para o futuro. O maior obstáculo do desenvolvimento de biolubrificantes é o alto custo das matérias-primas, que representa cerca de 70-80% do custo total, enquanto o custo do WCO é 2 a 3 vezes menor do que o dos óleos vegetais.
O processo metodológico realizado para este estudo consistiu inicialmente na hidrolisação dos resíduos por uma lípase para produzir ácidos gordos insaturados que de seguida sofreram um processo de complexação com a ureia. Em seguida, foram sintetizados novos ésteres usando os ácidos gordos insaturados como substrato através do método de esterificação com 2-etilhexanol empregando uma lípase. Os ésteres sintetizados foram posteriormente epoxidados. Depois disso, o grupo epóxi abordado por um reagente nucleofílico de baixo custo, o ácido octanóico, para preparar biolubrificante ramificado octilado, usando um líquido iónico reciclável como catalisador. O produto obtido mostrou excelentes propriedades lubrificantes, como baixo ponto de fluidez de -61 °C, alto índice de viscosidade (149) e alta estabilidade térmica de oxidação.
A análise realizada com equipamento de alta frequência demonstrou que o desempenho do lubrificante produzido com WCO foi superior ao do lubrificante de base mineral com o mesmo grau de viscosidade. Assim, este estudo forneceu uma base crítica relevante para a preparação de biolubrificantes de alto desempenho a partir de WCO.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0959652620329632