Dezembro 2019 | Favero, A. C., Favero, B. M., Souza, F. S. & Taffarel, S. R. | Journal of Environmental Science and Health, Part A, Volume 55, 2020
O presente estudo investigou o potencial da utilização de um processo de tratamento de efluentes resultantes da re-refinação de óleos lubrificantes, que combina técnicas de eletrocoagulação (EC) e coagulação-floculação (C-F).
Os processos de re-refinação de óleos lubrificantes dão origem a efluentes que geralmente contêm várias substâncias poluentes. Entre as substâncias mais comuns estão: óleos, massas, sólidos suspensos, bem como outros poluentes menos convencionais como compostos fenólicos, carência química de oxigénio (CQO), amoníaco e sulfureto. Estes compostos, quando libertados no meio ambiente, podem ter consequências nefastas para o mesmo e, como tal, é essencial garantir que sofrem os tratamentos adequados antes de serem libertados no meio ambiente. Para este efeito, o estudo começou por utilizar uma técnica de EC, que consiste na formação de coagulantes através da eletrodissolução de um ânodo de ferro. A EC, neste caso, foi levada a cabo com diferentes valores para o pH inicial (3.00, 4.41 e 9.00) e diferentes densidades de corrente (4, 9 e 16 A/m2). Para a C-F foi utilizado um coagulante à base de hidrato de cloro-alumínio e o floculante aniónico Superfloc A300.
A eficiência do processo foi avaliada segundo a remoção de CQO, cor e turbidez. O melhor desempenho da EC foi atingido com pH inicial 9 e com 16 A/m2 de densidade corrente, que resultou em eficiências de remoção de 85,14%, 99,81% e 99,85% para CQO, cor e turbidez, respetivamente. Estas eficiências aumentaram ainda para 96%, 99,87% e 99,94% (para os mesmos parâmetros, respetivamente) após a C-F, na presença de 13.8 mg/L de hidrato de cloro-alumínio e 80 mg/L de Superfloc A300. Estes resultados indicam que o processo proposto é um método eficiente para o tratamento de efluentes resultantes da re-refinação de óleos lubrificantes.
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/10934529.2019.1702407
A água é um notável contaminante de óleos lubrificantes e a sua presença acelera a oxidação de substratos metálicos e aumenta a corrosão. Para além disso, os iões metálicos dissolvidos na água promovem a desidrogenação dos lubrificantes, o que leva a precipitação de quantidades consideráveis de detritos à base de carbono, provenientes do desgaste. Como tal, este estudo avaliou a capacidade de remoção de água dos óleos lubrificantes através da utilização de uma membrana altamente hidrofóbica. Esta membrana foi constituída através da aplicação de um revestimento altamente hidrofílico, constituído por fosfato de alumínio (AP) e dióxido de titânio (TiO2), numa malha de aço inoxidável, que por sua vez é altamente hidrofóbica. A membrana foi fixada num filtro de sucção e as amostras de óleo contaminado com água foram vertidas na membrana. Após passarem pela membrana, os óleos foram submetidos a testes tribológicos de forma a avaliar a performance destes óleos reciclados. Foram comparados o coeficiente de fricção e o comportamento de desgaste dos óleos purificados com os de óleo lubrificante puro e com vários graus de contaminação de água.
Os resultados mostram que o coeficiente de fricção do óleo purificado (separation) evolui de forma semelhante ao óleo puro (pure), que se encontram bastante abaixo dos coeficientes de óleos contaminados com água, nos instantes iniciais. As marcas de desgaste também foram semelhantes nos metais revestidos com os óleos lubrificantes puro e purificado, sendo que os óleos contaminados com água provocaram marcas mais acentuadas nos equipamentos utilizados nos testes.
Os resultados do estudo evidenciam que a utilização de membranas robustas hidrofóbicas podem constituir uma solução para os problemas causados pela contaminação de óleos lubrificantes com água.
https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2020/nr/d0nr03305g/unauth#!divAbstract
O estudo visou avaliar o potencial da utilização de poliésteres à base de óleo de moringa como matéria-prima para combustível e óleo lubrificante. A moringa cresce naturalmente em regiões secas com climas subtropicais e o seu óleo é rico em compostos insaturados, o que lhe confere potencial para ser utilizado no uso mencionado.
O processo experimental consistiu em hidrolisar o óleo de moringa, sendo este posteriormente esterificado com diversos compostos (poliol, trimetilolpropano (MTMPE) e pentaeritritol (MPEE) num intervalo de temperaturas entre 130 e 140 ᵒC), com o intuito de comparar as diferentes misturas. Os produtos obtidos foram caracterizados através de ressonância magnética nuclear com 1 protão (1H NMR) e com carbono-13 (13C NMR), infravermelhos e espectrometria de massas. Foram ainda avaliadas as principais características físico-químicas dos produtos, bem como o comportamento térmico e a toxicidade. Para além disso foram também preparadas várias misturas com lubrificante nafténico (NH10). As misturas continham 20%, 30% e 50% de ésteres de moringa, respetivamente.
As amostras sintetizadas apresentaram índices de viscosidade elevados (VI = 170) e revelaram-se como não tóxicos para a espécie Artemia salina, uma espécie de camarão. Entre os diversos compostos utilizados para esterificar o óleo de moringa, o MTMPE foi o que apresentou melhor estabilidade térmica, com um ponto de fusão a -38,5 ᵒC, revelando potencial para aplicações em baixas temperaturas. Outro resultado interessante é que as misturas com NH10 revelaram índices de viscosidade mais elevados e toxicidade reduzida, quando comparadas com NH10 puro. Estes resultados demonstram que os ésteres à base de moringa revelam potencial para serem utilizados como lubrificantes ou aditivos ecológicos.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0926669020308542