Maior utilização de carros eléctricos implica desenvolvimentos nas tecnologias de produção de óleos lubrificantes

A par com a tendência de aumento do número de carros eléctricos e híbridos em particular na União Europeia, é expectável que as tecnologias de produção de óleos lubrificantes sejam directamente impactadas uma vez que os processos de produção dos óleos lubrificantes terão que ser mais rigorosos e desenvolvidos à medida das características da estrutura interna deste tipo de veículos.

Na Alemanha, o maior mercado automóvel do continente europeu, o número de carros híbridos e eléctricos aumentou 54,8% e 39% respectivamente em 2017, enquanto na União Europeia, o número de veículos híbridos e eléctricos adicionados à frota automóvel foi de cerca de 431 mil e 216 mil, respectivamente de acordo com a Associação Europeia de Produtores Automóveis.

A empresa francesa de estudos de mercado IHS Markit, prevê também, a par com esta tendência que veículos que utilizem alguma forma de electrificação venham a garantir uma quota de mercado de aproximadamente 40% até 2028, reflectindo a real necessidade de adaptação dos produtores de óleos lubrificantes à presença deste tipo de veículos no mercado, uma vez que a pressão económica associada à sua venda exigirá um acompanhamento deste ritmo produtivo por parte dos fabricantes de peças, componentes e óleos lubrificantes.

Enquanto os híbridos podem e normalmente utilizam fluídos tradicionais, para os veículos eléctricos os produtores terão que desenvolver e adoptar novos fluidos dedicados cujas características têm que ser melhoradas para proteger e garantir o funcionamento suave das suas partes electrificadas. Neste contexto existem três considerações importantes a ter em conta no desenvolvimento de novas tecnologias nos óleos lubrificantes para veículos eléctricos, nomeadamente a condutividade eléctrica dos fluídos e questões de segurança relacionadas, protecção da corrosão e a compatibilidade de transferência térmica e material.

Estudos efectuados sugerem que os óleos susceptíveis a oxidação são potencialmente problemáticos. De notar também que não serão só os óleos lubrificantes que se terão que adaptar aos veículos híbridos e eléctricos, também os testes efectuados aos óleos lubrificantes terão que ser adaptados. Dada a presença de componentes eléctricos e de fios nos veículos híbridos, e o potencial de mudança nos níveis de condutividade e uma maior variação nas temperaturas, os testes de corrosão têm de se tornar mais sofisticados.

Em suma, devido à existência de componentes eléctricos e fios envolvidos nos veículos eléctricos, torna-se necessário garantir que os produtores de óleos lubrificantes desenvolvam fluídos com características anti corrosão compatíveis não só com as necessidades de isolamento como também com as peças e componentes que os constituem.