Diz o ditado que “a necessidade aguça o engenho” e a Stex, uma start-up portuguesa, está a responder a este desafio no sentido de encontrar alternativas mais sustentáveis para os combustíveis fósseis.
Em específico, esta start-up está a desenvolver processos para produzir bioetanol através do aproveitamento de resíduos florestais e agrícolas e os resíduos sólidos urbanos. Criada em 2019, a Stex surgiu após quatro anos de investigação científica no Brasil. Atualmente, a Stex tem uma instalação piloto na Unidade de Bioenergia e Biorrefinarias do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e pretende lançar no espaço de dois anos a primeira biorrefinaria da Península Ibérica.
Contrariamente a outros projetos de produção de bioetanol, os produtos da Stex não recorrem a açúcares (como acontece no Brasil) ou hidratos de carbono (como na Europa e Estados Unidos da América). Desta forma não existe uma competição com a produção de alimentos, visto que é utilizada matéria celulósica.
Os potenciais clientes da Stex serão os distribuidores de combustíveis, que, no âmbito da Diretiva (UE) 2018/2001, relativa à promoção da utilização de energia de fontes renováveis, terão de garantir a incorporação de 0,2% de bioetanol nos seus produtos em 2022, 1% em 2025 e 3,5% em 2030. O objetivo é que o consumo de fontes de energia renováveis pela União Europeia seja de 32%, em 2030. Segundo a Stex, a procura por este tipo de biocombustível na Europa nos próximos anos, representa um potencial de mercado que pode chegar a 15 mil milhões de euros.
Esta é mais um exemplo de como a indústria se está a encaminhar para um futuro mais sustentável afastando-se da matéria-prima de origem fóssil. Em particular, a indústria dos óleos lubrificantes também já apresenta soluções que recorrem a matérias-primas naturais evitando as alternativas fósseis, como acontece com o óleo de girassol e de soja.
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