Nesta edição, a Sogilub apresenta a TOTAL. Conversámos com Pedro Abecasis, Director Geral da TOTAL em Portugal, que nos deu a conhecer a marca e a sua filosofia de mercado, bem como a sua opinião sobre o sector dos combustíveis em Portugal.
Total: A TOTAL instalou-se em Portugal pela primeira vez em 1987, na sequência da adesão de Portugal à então denominada CEE, e consequente abertura do mercado petrolífero, até então sujeito a severas contingentações. Tendo criado uma série de negócios distintos dentro do sector, incluindo uma rede de Postos de Abastecimento, o Grupo TOTAL decidiu em 2008 deixar de operar directamente, vendendo a maioria desses negócios a outra companhia da qual detinha quase 50% do capital. Os lubrificantes ficaram excluídos deste negócio de venda, já que, neste caso especifico, a opção foi a de estabelecer um contrato de distribuição com a mesma entidade. Naturalmente, os negócios evoluem e poucos anos mais tarde, a TOTAL acabou por vender essa sua participação a nível internacional, pelo que, foi com alguma naturalidade que, passados mais alguns anos e ultrapassadas diversas questões do foro empresarial, a TOTAL decidiu regressar directamente ao mercado português. Hoje, a TOTAL PORTUGAL opera nos negócios de Lubrificantes, Fluidos Especiais, Aditivos, Carburantes Especiais e está aberta a estudar novas áreas de expansão sobretudo quando ligadas à sustentabilidade, um dos focos fundamentais do Grupo TOTAL. Todos os negócios do Grupo são passiveis de reprodução no nosso país, dependendo da estratégia em cada momento e das oportunidades de negócio. É bem sabido que a TOTAL é hoje um grupo global de energia, uma das principais empresas internacionais de petróleo e gás, e um actor principal das energias de baixo carbono. Faz parte do nosso ADN operar por uma melhor energia, mais segura, mais limpa, mais eficiente, mais inovadora e acessível a todos. Qualquer negócio enquadrado nestes parâmetros é passível de reprodução no nosso país.
Total: Actualmente, o mercado de lubrificantes de Portugal é um mercado maduro, tal como na generalidade da Europa. Apesar disso, tem vindo a verificar-se um acréscimo cada vez mais significativo de novos operadores (longe vão os anos 80 e 90 em que operavam no nosso país pouco mais de uma dezena de companhias, todas elas bastante fortes e onde praticamente não havia espaço para pequenos operadores). Além destes novos operadores e da proliferação de traders inevitáveis num mercado aberto, hoje também se vêm cada vez mais construtores de veículos de todo o tipo (ligeiros, pesados, agrícolas, etc.) a começarem a entrar no mercado com o seu próprio brand. O mercado português é um mercado extremamente competitivo, difícil, mas um aliciante desafio para quem pretende ser um referencial neste negócio.
Total: A TOTAL, seguindo a sua tradição de ser um dos maiores operadores energéticos a nível global, mas também uma das marcas de referência no mundo dos lubrificantes, tem como ambição ser um suporte local aos seus parceiros internacionais, e ao mesmo tempo, uma montra na liderança técnica de que se orgulha há muitos anos. Estando na vanguarda de desenvolvimento, numa ocasião em que as exigências técnicas e ambientais nos obrigam a um trabalho de pesquisa e inovação diários, a TOTAL pretende apresentar sempre as melhores soluções face às cada vez maiores exigências dos construtores (em especial do ponto de vista da performance) e dos legisladores (muito em particular do ponto de vista de soluções ambientais sustentáveis). E para Portugal, muito em particular, a TOTAL Portugal faz questão de estar na linha da frente, disponibilizando ao cliente português tudo o que de melhor tem sabido desenvolver a nível internacional. Por regra, as novas soluções e inovações lançadas pelo Grupo TOTAL, são apresentadas ao mercado nacional praticamente em simultâneo com o seu lançamento nos seus principais mercados internacionais.
Total: Caracterizando-se a TOTAL por ser uma companhia de referência mundial em termos de protecção ambiental e preocupação com o planeta, a Sogilub é absolutamente fundamental, quase que diria uma verdadeira extensão à actividade da TOTAL, já que nos permite assegurar a recuperação e tratamento dos óleos usados, uma actividade que não fazia parte das preocupações da maioria dos consumidores num passado ainda não muito distante. Estando a sustentabilidade inserida no próprio ADN da companhia, não imagino sequer a hipótese de manter a actividade tal como hoje a vejo, sem este parceiro fundamental.
Total: Eu iria mais longe na caracterização dessa colaboração. A TOTAL colabora com a Sogilub desde a sua criação, e posso mesmo dizer que eu próprio, durante vários anos, fui gerente da Sogilub em representação da Apetro. A adesão ao SIGOU não só é importante como eu diria mesmo que é vital e absolutamente prioritária, por forma a permitir às companhias uma resposta clara às exigências actuais de qualquer operador que queira estar neste mercado de uma forma séria e responsável.
Total: Naturalmente, como qualquer nova entidade, a criação da Sogilub nos primeiros anos deste século não foi uma tarefa fácil. No entanto, vejo no desempenho da Sogilub ao longo destes anos, dois aspectos essenciais que me parecem ter sido objecto de um cada vez melhor desempenho. Refiro-me concretamente ao assegurar de que cada vez maior quantidade de óleo usado não se torna num problema ambiental e é recuperado, mas é também muito importante, e estando intimamente ligado com este aspecto, o extraordinário trabalho didáctico e de esclarecimento de todos os intervenientes sobre a importância de dar o correto encaminhamento aos lubrificantes após a sua utilização.
Total: Este é um aspecto em que a minha resposta pode parecer suspeita e, provavelmente, não serei talvez a pessoa mais indicada para responder a esta questão ou mesmo, adiantar qualquer sugestão de melhoria. E a explicação é simples. Actualmente, sou Director Geral de um dos principais operadores do mercado e associado da APETRO, e portanto com a linha de comunicação com a Sogilub bastante facilitada. Por outro lado e pessoalmente, fui também gerente durante vários anos da própria Sogilub, o que me conferiu um conhecimento e visão clara sobre o seu funcionamento, linhas de comunicação, desempenho corrente, etc. Quer isso dizer que, seguramente, a questão seria bem mais pertinente de ser colocada a muitos dos numerosos Produtores de Óleos Novos que não têm a facilidade que eu tenho de comunicar com a Sogilub.
Total: Penso que a criação do portal sogilub.net foi um aspecto absolutamente fundamental num mundo cada vez mais digital. Mas sobretudo, essa criação vem reforçar uma das respostas que dei anteriormente, e que tem a ver com o carácter informativo e formativo que a Sogilub tem desempenhado com excelência de resultados, na minha opinião. Informativo porque o essencial do que qualquer operador quer saber, e o esclarecimento da maior parte das dúvidas que possam surgir, tem a sua resposta bem expressa no portal. Por outro lado, o carácter didáctico é também fundamental. Não está muito distante a época em que os óleos usados eram devolvidos ao ambiente nas formas mais diversas (ainda me lembro da sua utilização em queima nas padarias!) e sempre altamente agressivas e descuidadas. Mudar comportamentos não se consegue de um dia para o outro. Por vezes demora anos e exige um trabalho continuado. A função didáctica do portal é, na minha opinião, um dos pontos mais evidentes do excelente trabalho desenvolvido pela Sogilub.
Total: Do meu ponto de vista, os maiores desafios que se colocam à Sogilub estarão, por um lado, relacionados com o acompanhar de todas as novas normas e exigências ambientais referentes ao manuseamento e tratamento do óleo usado, a actualização de legislação e a intervenção e aconselhamento junto da APA e do próprio legislador (muitas vezes não basta legislar, mas é essencial fazê-lo de forma a que as novas determinações sejam viáveis). Por outro lado, manter o carácter didáctico e informativo ao cidadão comum, logrando fazer passar a mensagem sobre a necessidade de certos comportamentos, a sua importância, e o beneficio dessas práticas.