Depois de ter previsto, em março, um crescimento da Economia portuguesa de 1,8%, o Boletim Económico do Banco de Portugal de junho, prevê agora um aumento do Produto Interno Bruto português de 2,7% em 2023.
De referir que esta revisão em alta, embora seja a mais otimista, está absolutamente alinhada com a previsão de 2,6% do Fundo Monetário Internacional (FMI), dos 2,4% da Comissão Europeia, e dos 2,5% da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico.
Espera-se, assim, um desempenho robusto da nossa economia, fortemente impulsionada pelo comportamento extraordinário das exportações, que estão a crescer mais do que as importações, não só este ano como também nos anos seguintes, tendo o BdP revisto igualmente em alta os valores de 2024 e 2025, para 2,4% e 2,3%, respetivamente, versus o crescimento de 2% previsto em março para estes anos.
No que respeita à inflação, parecem igualmente existir bons sinais para os próximos anos, sendo a previsão de 3,3% em 2024 e 2,1% em 2025, versus os 5,2% esperados este ano.
Uma área de particular importância para a atividade da Sogilub é a Indústria Automóvel, considerando que mais de 70% dos óleos lubrificantes sujeitos a ecovalor se destinam a este setor de atividade. Segundo dados da ACAP, embora o primeiro semestre deste ano apresente uma redução de vendas de 15,9% face ao primeiro semestre de 2019, nos primeiros seis meses deste ano as novas matrículas tiveram um aumento superior a 40% face ao primeiro semestre de 2022.
Nos ligeiros de passageiros, que representam cerca de 87% do total do mercado, verificou-se um aumento de 45,4% relativamente a igual período do ano passado. Os comerciais ligeiros registaram um acréscimo de16,5%, e os pesados, de passageiros e mercadorias, uma subida de 16,9%, relativamente ao mesmo período de 2022
No que respeita ao mercado de óleos lubrificantes novos, tanto globalmente como nos que estão sujeitos ao pagamento de ecovalor, é de referir que se situou cerca de 3% abaixo do período homologo, com respetivamente, 39.678t e 32.052t.
Quanto a óleo lubrificante usado recolhido no semestre, foi de 15.008 t, cerca de 3% acima das 14594t recolhidas no 1.º semestre de 2022.
As vendas de óleos regenerados e reciclados atingiram as 13.558 t (cerca de 4% acima do PH – 13.024 t. Destes, 5.763 t (cerca de 15% acima do PH) foram obtidos por regeneração, e 1.442 t por reciclagem (cerca de 5,6% abaixo do PH).
Tal como temos referido, os cenários futuros continuam incertos e profundamente dependentes do desenvolvimento da guerra na Ucrânia e do futuro das medidas do banco central europeu ao nível das taxas de juro.
Esperemos que não haja nenhum agravamento das tensões geopolíticas e das condições financeiras globais, e que se mantenha o dinamismo do consumo e das exportações, bem como uma estabilização dos preços das matérias-primas internacionais, que permitam controlar a inflação, e um crescimento equilibrado da economia, sem que sejam necessárias medidas mais drásticas por parte do BCE que pressionem o consumo e deprimam a Economia.