Quando no início do ano, fizemos um balanço do que se passou em 2021, e tecemos algumas considerações sobre as perspetivas para 2022, estávamos longe de imaginar o que viria a acontecer.
Em 2021 tínhamos vivido mais um ano conturbado, em resultado da situação pandémica, mas as previsões para 2022 eram de retoma económica mundial, fruto da contenção da vaga pandémica, e do aliviar das medidas que limitam a mobilidade internacional.
Referimos nessa altura que outros fatores que muito iriam influenciar a retoma, estavam relacionados com o funcionamento das cadeias de fornecimento, que estavam a ser afetadas por constrições nos transportes, bem como pela escassez de matérias-primas e de outros produtos, como os energéticos. Entretanto, a invasão da Rússia à Ucrânia, veio alterar completamente a situação. Para além dos custos humanos, e do drama social com que somos confrontados diariamente, os danos económicos, que já se estão a fazer sentir, serão substanciais. Tal como afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI), “a guerra em curso e as sanções associadas vão ter um impacto severo na economia global”, sendo já evidente o aumento do preço de produtos tão essenciais como os cereais, bem como a subida dos preços da energia, que vai inevitavelmente fazer disparar a inflação, que já estava aliás a sofrer grande pressão por causa da retoma pós-pandemia e das já referidas interrupções nas cadeias de abastecimento.
Esta subida de preços far-se-á sentir, como uma onda de choque, em todo o mundo, sendo mais severa nos países com maior relação comercial com a Rússia ou a Ucrânia, e como sempre, com um impacto mais devastador para as famílias mais desfavorecidas, em que a alimentação e a energia representam uma fatia considerável dos seus orçamentos.
Também para as empresas, principalmente para as micro, pequenas e médias, que em Portugal representam a maioria do tecido empresarial, o aumento do custo da energia e a sua imprevisibilidade, são fatores que vão criar grandes dificuldades ao normal desenvolvimento da sua atividade.
Os valores registados pela Sogilub no primeiro trimestre de 2022, vêm ao encontro da retoma que estávamos a viver. Assim, o mercado de óleos Lubrificantes sujeito a ecovalor subiu +3,4% em relação a 2021, situando-se nas 16.111 toneladas. Também as quantidades recolhidas, 7.533 toneladas, foram 7% acima do período homólogo de 2021, as vendas totais (6.520 toneladas) subiram 9,5%, e o óleo enviado para regeneração subiu 4,85%, situando-se nas 4.992 toneladas.
Continuámos, assim, a atingir os nossos objetivos, sem disrupções, com os mesmos níveis de desempenho e tudo faremos para continuar a ultrapassar os desafios que o futuro nos reserve, com esperança que este conflito desumano e sangrento, chegue ao fim o mais rapidamente possível.